Dificilmente o crescimento escapa do orgulho e o orgulho escapa da queda
E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. (2 Coríntios 12:7)
Publicado originalmente em Revista Ultimato
Imagem: Alex Scarcella |
Porém, houve um problema muito sério com ele: “Conforme crescia, também aumentava o seu orgulho” (Ez 31.10). Por causa disso, Deus deixou que os estrangeiros derrubassem o cedro do Líbano, isto é, o Egito. A árvore morreu e foi jogada para sempre no mundo dos mortos. Crescimento e orgulho, orgulho e queda são duas duplas de irmãos siameses. Dificilmente o crescimento escapa do orgulho e o orgulho, da queda. Para não permitir o crescimento (que faz parte dos planos de Deus) e nos poupar da presença da soberba (que faz parte da natureza humana), Deus, preventivamente, toma algumas providências para evitar a queda e o desastre total.
A uma dessas providências, Paulo dá o nome de “espinho na carne”. Por ser um assunto pessoal, o apóstolo não entra em detalhes sobre ele, mas diz o suficiente. Ele tinha consciência e convicção de que o “espinho na carne” existia para que ele não ficasse orgulhoso demais por causa das coisas maravilhosas que havia visto e ouvido por ocasião de seu arrebatamento ao terceiro céu (2Co 12.7). Embora lhe causasse sofrimento e fosse um incômodo perene (um remédio por toda a vida), Paulo, depois de receber três “nãos” consecutivos de Deus em resposta às suas orações, aceitou a medicação. O apóstolo chegou à conclusão de que o “espinho na carne”, além de funcionar, é uma bênção da parte de Deus. Graças a ele, Paulo não seria jamais um cedro do Líbano derrubado, entre os muitos do passado e do presente. “Quando perco toda a minha força” -- explica o homem que se converteu a Cristo na estrada de Damasco alguns anos antes -- “então tenho a força de Cristo em mim” (2Co 12.10). Do antigo cedro dizia-se: “Conforme crescia, também aumentava seu orgulho”. De Paulo, dizia-se: “Conforme cresce, também aumenta a dependência de Deus para sobreviver”.
Crescimento e orgulho, orgulho e queda são duas duplas de irmãos siameses. Dificilmente o crescimento escapa do orgulho e o orgulho, da queda.
O cristão precisa entender que a falta de saúde, de recursos, de aplausos e a presença dolorosa e constante da pecaminosidade latente, entre outras situações, são experiências doídas que ele deve suportar. Até as nuvens da provação têm seu ministério. De acordo com o missionário escocês Hugh Edward Alexander, “há uma chuva de bênçãos escondidas nas nuvens negras”
Do Blog: http://blogdopcamaral.blogspot.com.br
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