sábado, 15 de janeiro de 2011

Como transformar sua igreja em um império...


1. Endureça o coração. Seja indiferente com apelos de mães,padres, bispos, missionários e pastores em crise ou dificuldades. O sofrimento deles não é problema seu.
2. Seja obstinado.  Não deixe ministros, profetas, amigos, colegas, ou qualquer outro a convencê-lo a desistir do seu império.
3. Priorize as coisas.  Entre coisas e pessoas fique com as coisas.
4. Valorize os números. Não importa quem saiu ou quem entrou, o importante é o saldo.
5. Fale as massas. Não perca tempo com indivíduos, fale a auditórios, trabalhe no atacado.
6. Ignore críticas. Mantenha-se surdo quando for criticado, faça ouvido de mercador, rotule os críticos como invejosos.
7. Esconda vulnerabilidades. Convença a todos que tanto você como sua instituiçao não tem problemas, convença aos outros você não se irrita, que não perde a paciência e que tem tudo sobre controle.
8. Ridicularize os reflexivos. Faça pouco caso de intelectuais, pessoas que estudam e os que são capazes de análises profundas, de modo geral eles são pouco influentes com as massas.
9. Dissimule suas intenções. Nunca, nunca, nunca mesmo deixe os outros descobrirem as suas verdadeiras intenções de formar o seu império eclesiástico. A sua carteira de clientes você chamará de ovelhas, a sua mão de obra barata, você chamará de voluntários, os seus empregados você denominará vocacionados. O que importa é a aparência.
10. Domine a linguagem religiosa. Conheça, use e abuse da linguagem religiosa e dos jargões religiosos.
11. Ofereça entretenimento. Mantenha o povo devidamente entretido com programas que enchem os seus olhos e impressionam os seus sentidos. A música ajuda demais.
12. Mantenha o controle. Sob hipótese alguma permita que o poder que você exerce seja dividido com qualquer pessoa. Não participe de associações, alianças ou entidades que você não possa dar a última palavra. Quanto menos pessoas acessarem os balanços menos problema você terá na sua escalada de poder.
13. Cerque-se de limitados. Observe sua equipe, cuide para que somente você brilhe, verifique que a sua equipe é composta de pessoas medíocres e que nunca o ameaçarão.
14. Invista na estrutura. As paredes e os equipamentos valem mais do que os valores, o conforto impressiona mais do que o cuidado. Entre estrutura e pastoreio as pessoas escolherão estrutura.
15. Atente-se para as necessidades. Observe as necessidades do povo e então ofereça o que eles querem, mesmo que você não seja capaz de entregar ofereça. terá se passado muito tempo entre o momento em que eles aderirem e o dia em que descobrirem que você não tem o produto, nesse período o seu império estará consolidado.
16. Seja místico. O misticismo é vital para atrair pessoas desesperadas e inseguras, ele é capaz de escravizar e cegar. Depois de anos de escravidão no misticismo a libertação é quase improvável e às vezes impossível.
17. Aparente ética. Faça com que todos acreditem que você é uma ilha de ética em um mar de iniqüidade. Abuse do discurso ético, mesmo que suas práticas não sejam condizentes. Discursos éticos impressionam e são fáceis de serem feitos.
18. Ria e chore. O sorriso convence as pessoas que você é simpático, o chore convence que você é sensível. Você não deve ser nada disso, contudo as pessoas devem pensar que é.
19. Opte pelos ricos. Não adiante você ter muita gente sobre seu controle se essas pessoas não tem dinheiro no bolso.
20. Evite aproximações. Mantenha uma distancia segura entre você e seus liderados, suas relações devem ser profissionais. Lembre-se imperadores não tem amigos, apenas súditos.
21. O mais importante. Manipule, a massa gosta e não se importa, mesmo que você um dia seja descoberto ainda existirão muitos a sua volta, o suficiente para manter a igreja-império por muitos anos e ainda garantir que seu filho, ou genro herde esse empreendimento.

É possível que agindo assim você terá em meia década algumas centenas ou mesmo milhares de prosélitos, contribuintes alem do mais importante pessoas que não se cansarão de massagear seu ego, afinal é para isso que servem os Impérios, ainda que os chamemos de igrejas.

Por Paulo C. S. Santos

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dilma e a Solidão do Poder

Images Exma. Sra. Dilma Rousseff
Presidente do Brasil
Um dos grandes problemas de todo presidente de empresa, empresário, governador e Presidente da República é a síndrome da solidão do poder.
Ela surge logo depois da posse, depois da euforia da conquista, quando cai a ficha que você é o chefe supremo da organização. 
Harry Truman, Presidente dos EEUU em 1930, colocava na sua mesa a placa "Os pontapés terminam aqui".

Ou seja, o Presidente não pode mais culpar os outros pelos seus fracassos. Ele ou ela são os únicos culpados.
A culpa pelas decisões equivocadas da sua empresa ou governo será sempre sua, o que gera imensa solidão.
E esta solidão Exma Sra. Dilma, poderá lhe tornar presa de dois grupos de subordinados.
O primeiro é a turma dos puxa sacos.
Eles percebem que o presidente da empresa está inseguro e mentem descaradamente dizendo que tudo está bem, que o presidente é o máximo, que as decisões foram brilhantes. É o que está acontecendo com Hugo Chávez.
Aí, o presidente tende a procurar cada vez mais os puxa sacos, e eles ganham cada vez mais poder.
O segundo grupo é a turma do "deixa comigo" e dos "eu resolvo este problema para o senhor/a".
Inseguro, o presidente começa a delegar cada vez mais decisões que ele deveria tomar e os "deixa comigo" ganham cada vez mais poder.
Aí, a solidão do poder entra na sua fase aguda. 
É quando o presidente percebe que seus "melhores" auxiliares não são auxiliares, mas pessoas que estão lutando para substitui-lo, mais dia menos dia.
Nesta fase, o presidente começa a não confiar mais em ninguém, não discute mais com ninguém  e começa a tomar todas as decisões sozinho.
É o aconteceu com Stalin, na sua fase "Stalinista".
Outros sucumbem à solidão do poder entrando em depressão, tomando calmantes, procurando sexo como Bill Clinton.
A solução para a "Solidão do Poder" é a criação de um pequeno grupo de "consiglieris", um nome muito infeliz, mas eu explico.
O consiglieri ficou famoso no filme O Poderoso Chefão, onde Don Corleone tinha um conselheiro irlandês, brilhantemente interpretado por Robert Duvall.
Por que um irlandês? Porque um irlandês jamais teria ambições políticas de ser líder da máfia italiana. 
Pedir conselhos para os subordinados que querem seu cargo é querer ser traído ou ver tudo sendo vazado para a imprensa.
Foi o erro de Lula quando escolheu você sabe quem.  
Presidentes de empresas criam Conselhos Consultivos ou de Administração, que são compostos de outros presidentes ou consultores aposentados, e portanto não são ameaça.
Bons consiglieris jamais tomarão por você as decisões que precisam ser tomadas nem lhe puxarão o saco.
Consiglieris sempre lhe dirão a verdade. Darão as informações que o presidente precisa para tomar suas decisões.
Consiglieris têm a função primordial de auxiliar outras pessoas a tomar a decisão certa, nunca insinuarão a decisão a ser tomada, uma sutil diferença.
Um consiglieri jamais dirá, acho que Ministro Y deve ser substituído ou que o Programa Z deve ser descontinuado.
Ele faria as perguntas apropriadas para aprimorar a sua capacidade de tomar decisões, e não substitui-la. "Por que a V.Exma. não consulta o fulano e sicrano, ou analisa este dado?"
Apontaria consequências não abordadas, aspectos ainda não analisados, sugeriria outras pessoas a serem consultadas, mas a decisão seria sempre sua.
Um consiglieri faz você crescer como pessoa.
Todos nós deveríamos desenvolver um ou dois consiglieris pessoais.
Eu sugiro que a V.Exma. converse com meu amigo, Claudio Galeazzi, um dos melhores turn-around managers do Brasil.
Ele faz o que a V.Exma. pretende fazer no primeiro ano de mandato. Ele melhor do que ninguém, poderá alertar os erros a serem evitados. Será um excelente consiglieri.
Pelo que me consta, Lula a escolheu porque você era uma excelente Consiglieri.
Lula confidenciou a um amigo meu que você era uma entrs poucos Ministros que o ajudavam a tomar a decisão certa, que colocava todos os ângulos da questão, que não insinuava que decisão deveria ser tomada, pelo menos não no primeiro momento.
Ou seja, que você era intelectualmente honesta, algo que a imprensa nunca comentou. Foi por isto que Lula escolheu você quando tinha várias outras opções, algo que tenho certeza ele ainda não lhe contou, porque ficaria mal com os demais Ministros. 
Os consiglieris nas empresas servem ao cargo, não cobiçam o cargo.
O peso do cargo de Presidente da República continuará insuportável, mas se você constituir um pequeno grupo fora do poder, que não cobiça o poder, que somente tem como objetivo aguçar o seu pensamento e capacidade de decidir, você não ficará tão sozinha nem vulnerável.
Pense nisso.
Atenciosamente, seu eterno contribuinte de impostos cada vez mais insuportáveis,
@StephenKanitz