segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Excelente artigo do meu amigo Misael Pulhes 
Está correto chamar os músicos e cantores de Levitas?

Misael Pulhes
Por que falar disso?
Em tempos de muita confusão e falta de coesão espiritual nas chamadas igrejas brasileiras (e mundiais) é necessário clamarmos por aquele Sola protestante, provavelmente o principal, do qual todos os outros advém, que ousa restringir a verdade revelada única e exclusivamente às Escrituras. “Sola Scriptura!” diriam os reformadores e todos os seus seguidores que buscavam voltar ao evangelho como única e suficiente regra de fé da vida cristã. Que apelo mais necessário este em tempos tão confusos.
A sociedade já perdeu a consciência do que é certo e errado, do que é bom e mau. Tudo é relativo. Tudo é subjetivo. Ismos e mais ismos permeiam nossa filosofia existencialista.
Nesse bolo repleto de incongruências tão perigosas e, muitas delas, perfeitas heresias e tantas outras quase-blasfêmias, alguns erros tendem a passar despercebidos por sua sutileza e roupagem inofensiva.
Longe de querer ser chato, busco apenas exortar os irmãos de que tudo aquilo que não for regido por aquela nossa já comentada Regra de fé, deve ser questionado. Por que correr o risco de fazer o que Deus não ordenou ou de interpolar invencionices humanas para incrementar o evangelho ao gosto do freguês?
Uma dessas invencionices e modismos que já criou raízes em nosso meio (assim chamado) gospel, é aquela insistente mania de chamar músicos e ministros de louvor de levitas. Não quero aqui ser hipócrita. Sou músico (não profissional, mas daqueles que com boas intenções cometem vários erros até aprender uma boa dose de simplicidade e objetividade durante o momento de louvor congregacional) e já convivi em ministérios de louvor dirigidos por homens de fé e todos nós éramos assim intitulados. Realmente a aparência disso tudo é inofensiva. Mas creio que o recheio deste “bolo de incongruências” e invencionices humanas não é somente constituído de aberrações explícitas e escancaradas. Pelo contrário, há várias dessas pequenas pragas no meio de nosso povo, que evidenciam um total desconhecimento e negligência em relação à Palavra de Deus e do próprio Deus da Palavra.
Dessa forma, quero aqui esboçar pequenas e rápidas considerações, que, no entanto, considero suficientes, de início, para nos dar uma sólida visão sobre o porquê é errado e, creio eu, extremamente prejudicial, chamarmos músicos e ministros de louvor de levitas.
Além do já exposto, dou-lhes outro bom motivo para que discorramos e aprofundemo-nos nesse assunto, em busca da verdade bíblica a respeito. O fato de essa invencionice ser um erro sutil não afeta o fato de que tal erro pode nos levar a outros mais perigosos. Uma brecha de tolerância a tudo aquilo que é humano no culto a Deus, pode nos levar a becos sem saída por, justamente, querermos dar uma conotação diferente (humana) àquele culto que Deus já determinara como deve ser!
O que mais me leva a acreditar que essa simples titulação já dá mostras de ser nociva é a segregação que ela consegue criar. Segregação essa que implícita, ou mesmo explicitamente, deseja mostrar que os músicos têm algo de especial em si. São responsáveis por louvar a Deus. São responsáveis por trazer a presença de Deus até o povo (povo esse do qual, aparentemente, esses nobres levitas não fazem parte). São braços direitos dos sacerdotes (sacerdotes?). São escolhidos de Deus para uma missão mais nobre, de maior status e, portanto, (espero que isso lhes pareça claro) são praticamente intocáveis!
Querendo ou não, sendo assim ou não em algumas congregações, existindo ou não abençoadas (mas raras) exceções, e por experiência própria, posso declarar sem dúvidas que isso tudo é verdade e, portanto, alarmante. Alarmante por (sutilmente) se contrapor à doutrinas neotestamentárias fundamentais para a vida de todo cristão.
Então, para começarmos, que tal saber quem eram os levitas? (Digo isso por sinceramente crer que poucos de nós sabemos o que estamos dizendo quando usamos esse termo. No caso, realmente creio que poucos sabem quem eram, na verdade, os levitas).
Quem eram e o que faziam os levitas.
  • “Levita” significa “descendente de Levi”, que era um dos 12 filhos de Jacó.
E, vendo Moisés que o povo estava despido, porque Arão o havia deixado despir-se para vergonha entre os seus inimigos, pôs-se em pé Moisés na porta do arraial e disse: Quem é do SENHOR, venha a mim. Então se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi. E disse-lhes: Assim diz o SENHOR Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a sua coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho. E os filhos de Levi fizeram conforme à palavra de Moisés; e caíram do povo aquele dia uns três mil homens. - Ex 32.25-28
Esse episódio importantíssimo é o marco que dá início à separação da tribo de Levi ao ofício sacerdotal.
Leia Nm 3.5-39
(Leitura em grupo: Nm 3.5-13,16,25-26,31,36-37)
As diversas funções dos levitas podem ser encontradas no livro de Números, dentre elas:
  • cuidar do tabernáculo e de seus utensílios, inclusive carregando tudo isso durante a viagem pelo deserto – Nm 3.8,36
  • cuidar dos objetos e guardarem as entradas como porteiros – Nm 3.26
  • cuidar da arca e dos objetos sagrados do santuário – Nm 3.31
  • cuidar das colunas do pátio, das bases, estacas e cordas – Nm 3.37
Leia Nm 8.5-26 – consagração dos levitas
(Leitura em grupo: Nm 8.5-14)
Provavelmente a função mais importante dos sacerdotes (que eram da tribo de Levi) era realizar os sacrifícios para expiação do pecado do povo, sendo, portanto, mediadores entre Deus e Israel e entre o povo e Deus. (cf. Nm 8.19).
Em Números, capítulo 18, versos 4 e 22, vemos que a função dos levitas era tão especial e distinta que somente eles poderiam estar no serviço da tenda da congregação e qualquer israelita que ousasse ali chegar, morreria por decreto divino.
No mesmo capítulo 18 do livro de Números (versos 21 e 24) lê-se que os levitas ganhavam o dízimo de Israel e, destes, ofertavam também a décima parte. Os dízimos, ordenados por Deus para os levitas, relacionavam-se ao seu trabalho único e exclusivo de prestarem o “serviço na tenda da congregação”.
Mas onde estão os músicos? Até agora toda a menção que se faz aos assim chamados levitas não inclui, de maneira alguma, o ofício de músico.
Mais adiante nas Escrituras, no livro das Crônicas, observamos novamente funções levíticas sendo citadas.
I Cr 9.17-27 – porteiros
I Cr 9.28 – responsáveis pelos utensílios
I Cr 9.29 – responsáveis pelos móveis, objetos, flor da farinha, vinho, azeite, incenso e especiaria
I Cr 9.30 – “confeccionavam as especiarias”
I Cr 9.32 – preparador dos pães da proposição
E em I Cr 9.33, enfim, os músicos! Essa função chega somente com Davi. Percebam que tais músicos eram especificamente separados da tribo de Levi e viviam única e exclusivamente desta função.
Até aqui podemos tirar claras conclusões. Obviamente a tribo de Levi e seus descendentes eram especiais. Um grupo seleto, separado por Deus para si, para o seu serviço. A função mais especial, obviamente, era a de sacerdote. Fora estes, os levitas eram ajudantes e faziam o trabalho de guarda, limpeza, manutenção da tenda da congregação, enfim, todo o trabalho braçal. Estavam separados para tais funções e, mais importante, eram mediadores do povo. Faziam os sacrifícios afim de expiarem os pecados, assim como, representavam Deus frente à congregação.
Vê-se que uma pequena parte desses árduos trabalhadores dedicava-se ao ofício de músicos e, quando assim era, não faziam nada além da sua ocupação.
Será que ainda existem pessoas dispostas a fazer tudo o que os levitas faziam? Mais importante, será que há a necessidade de tudo isto nos tempos da Nova Aliança? O que nos diz o Novo Testamento?
Os levitas no Novo Testamento
O título engana propositalmente. Não havia levitas no culto da igreja primitiva. Não há referência, sequer, a ministros de louvor ou instrumentistas nessa época. Os apóstolos, em seus ensinos, exortavam todos os cristãos a louvarem com cânticos, salmos, hinos, como forma de culto a Deus.
Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo – Ef 5.19-20
A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração. – Cl 3.16
Na Nova Aliança, todo cristão passa a ter acesso direto a Deus (Hb 10.19-20, Ef 3.11-12), sendo templo do Espírito (I Co 3.16-17) por meio de Jesus Cristo (cf. Hb 9.15).
O plano de sacerdócio universal
O mais interessante do plano de Deus nesse aspecto é que, antes mesmo de os levitas e sacerdotes serem instituídos, Deus já antecipara seu desejo a Moisés.
E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. – Ex 19.6
No Novo Testamento, então, com o sacrifício perfeito sendo efetuado na cruz do Calvário, não havia mais o porquê do sacerdócio oficial. Todos agora têm acesso à presença de Deus.
Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa – Hb 10.19-22
Não precisamos mais, para achegarmo-nos ao trono da graça, da mediação de homens.
Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. – I Tm 2.5
Por tudo isso a promessa é cumprida e somos feitos sacerdotes santos de Deus para Sua glória.
E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém. – Ap 1.6
E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra. – Ap 5.10
Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz – I Pe 2.9
Em Cristo, somos todos sacerdotes, conclamados a oferecer sacrifícios. Não mais aqueles efetuados em animais, como no Antigo Testamento, mas sacrifício vivo (Rm 12.1) e sacrifícios de louvor (Hb 13.15). Todos os santos são chamados para tal, não apenas uma classe especial deles.
Não temos mais levitas hoje. Todo o povo de Deus, cada crente em particular, é um levita, um sacerdote, como o Novo Testamento ensina. É uma idéia abominável que os membros do grupo de louvor são levitas. Isso reintroduz o conceito que foi abolido na Reforma protestante de que o louvor e o acesso a Deus são prerrogativas de apenas um grupo e não de todo o povo de Deus. Resista firmemente a essas idéias erradas, que são oriundas das igrejas neopentecostais [...]. Tais conceitos apenas servem para que eles se sintam mais especiais do que realmente são [...]. [...] aquilo que eles fazem no culto não é mais louvor e mais espiritual do que o cântico de hinos acompanhados ao órgão ou ao piano. – Augustus Nicodemus

Músico, quando você aceita o título de levita, você está desprezado a promessa de Deus de que todos seriam reis 
[e] sacerdotes e a mediação única de Cristo. – Vinícius Pimentel e Yago Martins
Ministro de louvor, quando você ressuscita o cargo de levita você está desprezando a promessa de Deus! Você se faz mediador no lugar de Cristo. Não! Você não “traz a glória de Deus” para os outros cristãos. Você não é mediador entre Deus e os homens. Só Cristo o é. Quando você está com seu microfone ou instrumento na mão, tudo o que você está fazendo é servindo à igreja (incluindo você mesmo) no louvor e na adoração coletiva a Deus. E Deus, através de Cristo, recebe nossa oferta como incenso suave e ministra mais da glória do Evangelho, através de Seu Espírito, em toda igreja. Aliás, se essa não é sua mentalidade, por favor, retire-se do seu serviço, você só está ferindo o povo de Deus. - Vinícius Pimentel e Yago Martins
  • Judaização do cristianismo
Por fim, poderíamos dizer que essa nominação ocorre concomitante à tentativas de judaizar o cristianismo. Quando a simplicidade do evangelho de Jesus Cristo não nos satisfaz, buscamos atitudes legalistas, místicas para buscar adorar a um Deus que não requer nada disto de nós. Simplesmente requer que o adoremos em espírito e em verdade (Jo 4.23-24), não munidos de túnicas, de costas para o povo e obrigatoriamente tocando instrumentos da cultura hebraica. Este tipo de problema não é novo! Paulo já lidara com ele e graciosamente Deus somos, então, mais uma vez instruídos por meio da Palavra de Deus.
Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco. – Gl 4.9-11
Dica de leitura: Carta aos Hebreus (este livro trará muito mais luz às nossas mentes a respeito desse assunto).
Fiquem com Deus!

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O apóstolo Paulo e a cruz de Cristo na vida cristã





 
O apóstolo Paulo explicou o significado da cruz na vida das pessoas que desejam viver a vida cristã. O que ele ensinou é diferente do que muita gente por aí anda pregando. Hoje em dia, diz-se que a cruz simboliza vida de sofrimento. Paulo não disse isso, ele mostrou que é vida vitoriosa.

Notemos o paralelo entre o Evangelho de Mateus, 16.24.27, e o que Paulo escreveu na carta para a igreja em Gálatas, 5.16-26.

O contexto mais próximo de Mateus 16.24-27 é o “conselho” de Pedro a Jesus, recomendando que não aceitasse o sacrifício vicário, e a repreensão do Senhor, ordenando que Satanás se afastasse.

Mateus 16.24-27: "Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras.”


Existe elo direto entre Mateus 16.24-27 e Gálatas 5.16.. É a cruz, simbolo da vitória sobre os desejos da carne!

Mateus 16.25: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me".

Gálatas 5.25: Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito.

O que seria negar-se a si mesmo? É abandonar as vontades da carne, é desprezar os desejos da carne e andar no Espírito. Essa caminhada espiritual não implica em viver uma vida de sofrimento, vida de fracassos. É vida de vitória sobre a carne.

Vida na carne: “Mas obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus.” - Gálatas 5:19-21 (NVI).


Vida vitoriosa, andando no Espiríto: "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos, se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito." - Gálatas 5:22-25 (NVI).


E.A.G. às 9:11:00 AM

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